sábado, 23 de maio de 2009

Indiscrições no apartamento de cima


Toc, toc, toc, toc, toc... Toc, toc.

Hoje acordei às 4h da madrugada com a vizinha do andar de cima chegando da balada de salto alto.

Eu sei que horas ela chega, que horas sai, quando ela está namorando ou quando ela está de caso. Tudo pelos barulhos dos pés que vem do andar de cima. Sobre sexo falo mais abaixo.

Quando o namorado dormia lá, ele acordava às 7h (e pisava pesado), fazia a barba (batia o barbeador na pia), não tomava café (o som da pisada ia do quarto direto para a porta de saída) e ia para o trabalho. Dei graças aos céus quando eles terminaram, ganhei uns meses de sossego.

Todo dia, ela calça um tamanco, chega na porta, lembra que esqueceu algo e volta para pegar no quarto. Toc-toc-toc. Quando chega muito cansada (dá até para saber o humor), senta na cama, tira o sapato e joga no chão. Tom! Tom!

Já reclamei na portaria timidamente:

-Olha, por favor, não quero incomodar, mas talvez a moça do andar de cima nunca tenha morado em apartamento, então peça-a para tirar o salto alto quando chegar em casa, pois tem me acordado todos os dias.

Melhorou, mas continua. Ainda mais que agora ela está saindo com alguém de novo.

Nós temos um sério problema de sacada no prédio. À noite, no silêncio da escuridão, se a sacada estiver aberta, dá para ouvir tudo o que se fala nos apartamentos. E a luz acesa, se destacando na noite, denuncia o andar. Eventualmente acordo com os gemidos (alguns sussurrados, outros esganados) de algum vizinho. Dá vontade de gritar:

-Goza logo, pelo Amor de Deus!

Mas, compreensivamente, fecho a sacada. O vizinho ao lado liga a tv no volume alto. Um ou outro acende a luz e vai para a sacada tentar descobrir quem é o autor da performance. Mas ninguém grita nada pornográfico. Ah, isso não. Acho que todos entendem que o(a) filho(a) de Deus também merece dar uma de vez em quando, afinal ninguém aqui é santo.

Certa vez, nem fechando a sacada houve sossego. O casal resolveu conversar depois do sexo. O que considero muito bom, saudável; mas não com a sacada aberta! Dava para ouvir todo aquele diálogo íntimo. Fui até a portaria:

-Por favor, avise a moça do andar de cima que dá para ouvir TUDO lá de baixo. Ela vai entender o que estou dizendo.

Eu nunca me apresentei à essa vizinha, mas já a conheço de vista. Deduzi. A reconheci no elevador quando subimos um andar e uma moça baixinha entrou. Dei uma olhada nos pés: tamancos. Quando chegamos no térreo, esperei ela sair. Incrível! Reconheci a cadência daquele "toc-toc-toc".

Ouvi vários relatos de como pessoas resolveram esses pequenos problemas em apartamentos.

Um amiga já comprou pantufas e largou na porta da mulher para ver se ela se tocava. Não funcionou, ela não entendeu o recado.

Um amigo usa o cabo da vassoura e dá umas cutucadas no teto ou uns murros na parede. Às vezes funciona, mas o vizinho retribui na mesma moeda.

Alguns já foram pessoalmente na porta do vizinho reclamar; uns foram bem recebidos, outros, não.

Já teve gente que reclamou ao policial que mora no mesmo prédio (como se ele tivesse autoridade dentro do apartamento dos outros), ao porteiro, ao síndico, à mãe, à amiga e aos outros vizinhos. Mas, nunca conseguiu reunir um levante.

Pena que o uso de salto alto não está explícito nas Regras do Condômínio. Mas, depois disso, eu calço e descalço sapato na porta de casa. E ouvi falar de moradoras deste prédio que até tiram o sapato na portaria quando chegam depois das 22h.

É uma questão de bom senso e querer preservar a intimidade.

Chato todo mundo ficar sabendo o que se faz, não?

terça-feira, 19 de maio de 2009

Enfim, o inverno chegou!


O Ravi odeia, mas nós aqui, de Brasília, adoramos! Este é o segundo dia em que saímos de casa com casaco e jaqueta! Uou!

Tudo bem que não é o frio de -35º do Canadá. Mas esse friozinho gostoso de 12 graus já nos proporciona dormir de edredon, enrolar um lenço ou foulard na garganta, esfregar as mãos e dizer "quero uma xícara de chá quente". Nem é lá essas coisas, mas perecer no calor é muito pior, então estamos naquele clima ideal, gostoso de curtir, tomar vinho e comer fondue. Que os palmenses morram de inveja!

De acordo com o Aurélio (não o dicionário, mas o meu amigo recém-chegado do saara tocantinense), este é o primeiro inverno dele no Planalto Central. Segundo dia de friozinho, lá está ele todo emocionado, enrolado em um cachecol e jaqueta de couro suando que nem um condenado dentro do metrô. Firme e forte, pois é apenas o começo e não dá para perder a pose. Mas, não é preciso desanimar, vai esfriar um pouquinho mais e talvez até dê para usar touca e luvas para quem madruga no serviço.

O bom do frio é que dá para se vestir decentemente, pelo menos no sul, sudeste e centro-oeste do Brasil. No Canadá até dá preguiça de se trocar ou sair de casa com toda aquela nevasca aguardando o indivíduo lá fora. No rigoroso inverno do Canadá, as pessoas parecem bolinhos de algodão com variadas camadas de roupas. Em Brasília, capital do Brasil, a gente enrola uns paninhos no pescoço, calça uma bota legal e joga um sobretudo nas costas. Que país mais feliz!

Até me dei o trabalho de pesquisar os paninhos de pescoço:



Cachecóis tem a função de proteger o pescoço do frio, são mais volumosos, estreitos e compridos. Podem ser de lã, sintético e algodão, mas têm franjas nas pontas. Usa-se dando voltas ou jogado sobre a garganta.

Echarpes são de tecidos leves como chiffon e musseline. Lembram cachecóis, pois são compridos, mas não têm volume e compões looks mais finos.

Xales são peças grandes de algodão em formato retangular ou triangular que servem para proteger todo o colo do frio, com ou sem franjas. O ideal é usar as pontas sobrepostas uma à outra.

Foulard são lenços de seda quadrados, 70x70cm, com ricas estampas. Geralmente usados mais afrouxados em formato triangular para compôr um visual básico ou para dar um charme numa bolsa ou calça. Confira as maneiras mais tradicionais usadas na Europa aqui.

Lenços são menores, 50x50cm, feitos de tecidos moles e estampas diversificadas para enfeite da nuca.

Lenços palestinos inspirados no Keffiyeh árabe estão na moda. Enormes, 105x105cm, com franjas e estampas do oriente médio, são usados como o foulard.

E aqui tem um vídeo da consultora de moda Glória Kalil dando dicas de como usar tudo isso.

Achei tão legal o uso múltiplo dos lenços, e eles não saem de moda, que até me arriscarei a dar um nó na garganta amanhã para ver se me sinto mais charmosa...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sexo ou Chocolate?

Estudos científicos comprovaram que o chocolate libera endorfina no organismo humano e dá uma sensação de bem estar semelhante ao orgasmo. E estudos britânicos mostraram que 52% das mulheres inglesas pesquisadas preferem comê-lo ao fazer sexo.

Meus estudos empíricos observaram que as mulheres brasileiras, mais especificamente minhas colegas de trabalho e amigas mais próximas, comem muito chocolate quando estão na TPM (Tensão Pré-Menstrual) ou quando estão precisando de sexo.

Meus pensamentos altamente imaginativos deduzem que está faltando homem, ou os homens não estão dando conta do recado, ou o chocolate é um método mais rápido e eficaz quando queremos dar uma "rapidinha", já que a mulher tem um ritmo diferente.

Se alguém pergunta a uma mulher "você quer chocolate?". A mente feminina pode responder rapidamente "Eu prefiro sexo". Mas, "sim, eu aceito" é a resposta mais óbvia, já que ele pode ser apreciado a qualquer hora e na frente de todo mundo.

O chocolate como presente de alguém sexualmente interessado também pode significar "quero fazer sexo com você". Daí um dos motivos para se dar chocolate de presente para agradar as mulheres, um pequeno prazer momentâneo. Ou, quem sabe, até uma prévia do que virá.

Claro, comer muito chocolate também pode ser indicativo de frustração (descontada na comida), vício (café, álcool e chocolate viciam) ou gula (comer é tão bom).

Então aproveite este momento degustativo para observar como uma mulher aprecia seu chocolate, pois de acordo com as pesquisas do sexólogo Dr. Amaury Mendes Júnior, realizada no Rio de Janeiro, em 2007, pode indicar como ela encara o próprio prazer. Uma mordida, não necessariamente seguida de um gemido, diz tudo:

  • Gulosa - come muitos pedaços. Para essas pessoas, o sexo é rápido, por vezes supérfluo. Têm o intuito de agradar o parceiro, mas acabam prejudicando a relação. Se for do sexo masculino, pode sofrer de ejaculação precoce.
  • Desconfiada - gosta de chocolate, mas nunca aceita quando lhe oferecem. É cismada, ciumenta e controlada.
  • Seletiva - prova vários sabores, mas não encontra um que lhe satisfaça. Em geral, são mulheres de boas condições financeiras sem grandes obstáculos na vida, mas que enfrentam dificuldades de obter prazer.
  • Exigente - degusta apreciando a aparência, o aroma, a textura e o sabor do chocolate. Ela sabe curtir o sexo e exige bastante do parceiro. Pode estar insatisfeita em seus relacionamentos.
  • Devoradora - é capaz de engolir um bombom inteiro sem morder, liquidar uma barra de chocolate de uma só vez. É característico de quem se acostumou a abreviar as brincadeiras sexuais, de casais que estão juntos há anos.
  • Generosa - come um pedaço e guarda o resto para depois. Pode existir uma terceira pessoa nesse relacionamento.
(Fonte: Renata Cabral - O Globo Online em reportagem publicada em24/08/2007)

Independente disso, a afirmação geral é de que sexo com chocolate é muito melhor. Afinal, agrada a todos os envolvidos.

sábado, 2 de maio de 2009

Tão parecidas em certas coisas...

Mamis está passando uns dias comigo para fazer um check up médico. Que somos fisicamente parecidas, já sabíamos. Que sou naturalmente desastrada, todo mundo também já sabe. Mas, somente nesta semana é que eu fui perceber claramente o quanto eu e minha mãe temos atitudes e gestos idênticos!

Eu comecei a desconfiar disso logo que meus pais separaram e minhas irmãs e meu pai passavam por mim na cozinha e me chamavam de "mãe" ou de "benhê". Nunca dei muita atenção a isso. Nem aos comentários de que sou a versão japonesa dela.

Mas, no ano passado, mamãe escorregou nos três degraus da cozinha da minha irmã, bateu o quadril na quina da mesa de mármore e dividiu uma nádega em duas. Sim, ela ficou tribunda! Na semana seguinte, mancando, ela escorregou de novo, mas o celular protegeu a outra nádega e o conserto custou R$100.

Isso só me deixou encucada nesta semana. Me soou familiar.

Eu escorreguei três degraus nesta páscoa, me quebrei toda, e ainda joguei R$100 no lixo por engano na semana seguinte.

Então me lembrei que neste ano, escorreguei durante a chuva logo na entrada do meu trabalho. Mamis escorregou semana passada na esquina do meu prédio e rolou na lama... Bolsa para um lado, sacola para outro e barro até na cara. Ficou dois dias limpando e enxugando os resultados de laboratórios e laudos médicos. Lástima...

E hoje, fomos ao shopping juntas. Entramos numa dessas lojas de departamentos e cada uma foi para um lado. Quando nos encontramos no vestiário, estávamos com as mesmas roupas. E descartamos as mesmas peças que não gostamos. Pasmei.

Calçamos o mesmo número, às vezes usamos as roupas e os sapatos uma da outra. Pois é, ela é a mãe e eu sou a filha. O problema é que agora estamos negociando o vestido que acabei de comprar que ela também amou e só tinha um! As armas? Cara de cachorro que caiu do caminhão da mudança e apelo sentimental ao amor fraternal.

Eu sou filha ou sou irmã? Eu sou ela, ou ela sou eu ontem? Vou ficar que nem ela quando chegar aos 50? Ou cheguei nos 50 antes do tempo?

E outra coisa, será que sou tão teimosa assim??? Suspeito que me arrependerei desta pergunta...