segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Perfumes I – Percorrendo o mundo virtual dos aromas



Fui desafiada a escrever sobre perfumes, aromas e essências. E tenho que admitir, está sendo um grande desafio por ser um tema pouco explorado por mim.

Não sou uma especialista, então tive que recorrer ao método jornalístico: pesquisa prévia, levantamento de fontes, entrevistas e, por último, testes.


Depois de muitas conversas, consultas e rascunhos, as portas do mundo sensorial se abriram... Sinestésico!


Como o tema é instigante e com tanta informação, eu não sabia o que eliminar para não ficar um post tão grande.


Para solucionar a questão, resolvi postar por partes. E no primeiro capítulo dessa aventura, narro minha empolgação e frustrações iniciais:


Eu: Oi, estou escrevendo sobre perfumes, poderia me dar uma opinião?


Entrevistado 1: Não uso perfume. Não gosto. Cheiros me enjoam e me fazem passar mal, até nos outros.


Entrevistado 2: Sou pobre, não entendo nada disso. É melhor perguntar a outra pessoa.


Entrevistado 3: Eu gosto do cheiro da pele quando a pessoa acorda de manhã...


Entrevistado 4: Poxa, que legal! Quero dicas, não entendo nada de perfumes e preciso de indicações. Vou pelo seu blog, hein?


Eu queria soluções e as pessoas me davam indagações. Meu erro foi acreditar que ouvindo opiniões distintas, teria um mundo sensorial. Era melhor ir direto à fonte: uma vendedora de perfumes.


Então, Entrevistado nº 4, essa é especialmente para você!

Os mais vendidos:


Femininos: Channel nº 5 (Chanel), Angel (Thierry Mugler), Gabriela Sabatini (Gabriela Sabatini), J'adore (Dior), Dolce&Gabbana (Dolce Gabbana), Flower (Kenzo), Laguna (Salvador Dali), Eternity (Calvin Klein), Amour Amour (Lâncome) e os nacionais Floratta In Gold (Boticário) e Criska (Natura).


Masculinos: Polo (Halph Lauren), Ferrari Black (Ferrari), Kouros (Yves Saint Laurent), Armani (Armani), Poison (Dior), UDV (Ulric De Varens) e os nacionais Kaiak (Natura) e Dimitri e Uomini (Boticário).




Os mais admirados:


As mulheres adoram neles: Hugo Boss (Hugo Boss), Animale (Animale), Safari (Ralph Lauren), 212 Sexy Man (Carolina Herrera), Fahrenheit (Dior), Espirit (Antonio Banderas), Azzarro (Azarro), Mont Blanc (Montblanc), Joop! (Joop). Entre os nacionais, a aposta certa é no Kaiak (Natura), Urban Code , Vezzo e Ladro (L'acqua di Fiori) e Uomini, Portinari e Malbec (Boticário).

Os homens adoram nelas: 212 Sexy (Carolina Herrera), Dolce&Gabbana, Hypnotic Poison (Dior), Inizzio Amore (L'acqua di Fiori), Criska e Humor (Natura), Egeo Dolce e Floratta in Gold (Boticário) e quase todos da Lâncome e Cacharel (...).


Conclusão: para seduzir, os homens devem usar perfumes amadeirados e as mulheres, adocicados.




Claro, há uns detalhes importantes a serem levados em conta.



1) Perfume + odor da pele = reação química.

Cientificamente falando, nossos hábitos alimentares influenciam diretamente nos odores naturais do corpo. Não é o mesmo num papelzinho provador, é melhor provar na pele.


2) Recomendações de bom senso:

Cítricos e florais são mais indicados para o dia ou noites quentes.

Amadeirados e doces para usar a noite ou em dias frios.


3) Locais que esquentam mais, por tanto indicados para uso: pulsos, nuca e nas dobras dos braços e pernas. No caso dos Eau de Parfum (alta concentração), o indicado é borrifar para cima, deixando que a “suave nuvem aromática” recaia sobre sua cabeça (aos pés)... Senão ninguém vai suportar manter-se ao se lado por mais “cheiroso” que você ache que esteja... Vai por mim.


OK. Já temos uma noção do espírito aromático que circunda nossa áurea corporal. Mas como saber que perfume combina mais com você? Isso é o tema do próximo capítulo desta novela (sim, se tornou uma novela). Não perca!

Porque até eu tive que descobrir que tipo de perfume combina comigo...







Índice:

Perfumes I - Percorrendo o mundo virtual dos Aromas

Perfumes II - Seguindo Aromas

Perfumes III - Que tipo de perfume combina com você?
Perfumes IV - Anotações no Café
Perfumes V - O Homem do Trem


domingo, 19 de outubro de 2008

Desorientados numa Noche Caribeña

Estou me tornando uma observadora.

Adentro um recinto eclético e é inevitável, sento e me delicio em observar as peculiaridades.

Fui a um baile caribenho, numa dessas casas dançantes de Brasília, e passei a reparar no público diversificado do local, gente comum e gente de todas as tribos: alunos e professores de cursos de dança de salão, emos, roqueiros, playboy e patricinhas, GLS – Gays, Lésbicas e Simpatizantes, acadêmicos, estrangeiros latinos e curiosos, como eu e meus amigos.

Tudo isso ao som de salsa, merengue e reggaeton. Mas depois de certo horário, a casa diversifica seus ritmos para agradar a todos: house, hip hop, funk e forró. Para decepção da namorada venezuelana de meu amigo.

A primeira coisa destoante que vi foi um senhor grisalho, de uns 70 anos, de suspensório, solitário. Mais tarde soube que era um professor da Universidade de Brasília (UNB) mais perdido que cego em tiroteio.

Depois vejo outro perdido. Um rapaz novinho, óculos, camisa manga longa sóbria, branquinho, nerd ou como disse uma amiga, “cara de quem curte rock inglês”, ou como eu diria “cara de quem veio trazido por um amigo sem noção”. Como uma figura dessas foi parar ali? Ele mesmo devia estar se perguntando pela cara que fez quando, de repente, o ritmo latino foi alterado para o nosso famoso funk carioca... Como o cara sumiu em seguida, deduzi que foi embora rapidinho.

E os playboys? Havia um especificamente de óculos que passou a ser ponto de referência para minha análise superficial em conjunto com minha companheira de observatório. Óculos podem dizer muito de uma pessoa... Reparamos nas possibilidades dos que usam óculos: nerds, estilosos, intelectuais, pseudo-intelecuais, pessoas que querem parecer intelectuais e os que não têm grana para lentes de contato.

Nosso playboy tinha um falso ar intelectual e passou a noite tentando investir em várias garotas, sem muito sucesso. As pessoas estavam ali mais interessadas em bailar. Era possível ver meninas dançando juntas, como um casal, se divertindo como amigas.

Passeando pela miscelânea cultural, notei um casal gay discreto num canto do salão, sentados em suas cadeiras, descansando da última música. Então, passou um emo querendo ir embora, mas a irmã dele parecia muito empenhada, com o namorado, no passinho da Macarena Venezuelana. Com um pouco de apelo dramático, eles se foram, juntos.

De um lado do salão, mocinhas esperando serem convidadas para uma dança. No outro, rapazes tomando coragem (tequila ou cerveja) para convidá-las, arriscando levar um não. E no meio disso tudo, o povo que realmente se sentia em seu reino, à vontade: os alunos de dança de salão, os professores com suas camisas com propaganda de cursos de dança e... os estrangeiros!

Foi então que reparei na maior concentração africana que já encontrei no Distrito Federal. Os angolanos. Quando eles chegaram notei a forma diferenciada de se vestirem. Pensei, "saíram de que escala temporal?". Rendeu-me bons minutos analisando o vestuário. Meninos: cabelo Black Power, faixa na cabeça ou boina, camisões compridos, tênis tipo all star. Meninas: flor no cabelo ou presilhas, shorts ou vestidos curtíssimos, acessórios coloridos, salto alto.



A Angola fica na costa oriental da África, quase ao sul do continente, a língua oficial é o português. Reconhecemos facilmente quem é de fora. Todo povo tem sua característica própria e os brasileiros têm um jeito de requebrar que impregna as danças mais exóticas, denunciando abertamente "sou brasileiro".

Estes africanos me fascinaram pelo jeito sutil e lento de dançar as músicas caribenhas mais animadas. Enquanto os brasileiros se matavam rebolando, rodando a parceira sobre a cabeça em coreografias artísticas; eles dançavam apenas com o quadril, num movimento moroso, sem pressa e com um ar de “não estou nem aí” e "não tenho pressa".

De par em par, foram tomando conta do salão. Parados no mesmo lugar, o único movimento era um lento e sensual ritmo dos quadris. A discrepância com nossos conterrâneos, de certa forma, causou um mal estar. De repente nos sentimos deslocados em nosso próprio salão tupiniquim.

Mas eu adorei!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Tentando Sobreviver a uma Noite Solitária



Quando as luzes se apagam e o espetáculo termina, você fica sozinha... Sentindo-se ridícula frente a um computador com duas taças, uma de água e outra de vinho, e olhando para a tela.
Já devorou uma caixa de bis e meia caixa de morangos com creme de leite. Ninguém online.

Que deprimente é uma mulher carente.

E pensar que existem tantos milhões, homens e mulheres, assim como esta. As pessoas partem, as luzes se apagam, as portas se fecham, todos voltam ao lar. Você não é a única só neste mundo, mas agora se sente única. Que horrendo vazio.

A REVIRAVOLTA

Então, você faz o pior que uma mulher em dieta poderia fazer. Sem sete filhos para ocupar sua existência e com saudade de pessoas distantes, abre o grill e ajeita lá dentro duas suculentas calabresas light.

Pronto. Agora você tem vinho e lingüiça grelhada... Huuum... Parece que vai bem com pão e saladinha.

Arruma sua cama com lençóis perfumados. E, prevenida, põe uma camisola sexy para o caso de em um incêndio repentino, você ser resgatada por um bombeiro forte e corajoso.

Nesse caso, é melhor passar um perfume também. Estar se sentindo linda é importante para a auto-estima. Então, dá uma olhadinha no espelho e treina os melhores ângulos sensuais para o próximo ensaio fotográfico fantasioso.

O cheiro de lingüiça ainda está no ar. Você abre as janelas no melhor estilo Marie Monroe. Esvoaçante em sua mini-camisola sexy no parapeito do 10º andar, ninguém à vista.

Mas, a noite é só uma criança, não importa, você vai dar a volta por cima! Grita ao vento “Foda-se!”. E vira as costas ao mundo. Antes só do que mal acompanhada, certo?

Um estalo! Você se lembra do DVD de comédia, ou ação, engavetado há dias no fundo do armário. É a salvação da Pátria! Vai para o aparelho já!

Agora sim, sentada em sua cama aconchegante, lanche no colo, vinho e água na bandeja, já não é mais só, é UMA entre UM MILHÃO de pessoas assistindo TV ao mesmo tempo!

Até que a luz acaba...

sábado, 11 de outubro de 2008

Sensor de Torneira: conversa de banheiro feminino



Todo mundo passa por um momento idiota na vida. E na maioria das vezes é por ter bebido um pouco, ou demais, ou só por estar de bom humor.

Junte tudo isso num dia alegre com as amigas. Vá a um evento importante e se divirta. Depois vá ao banheiro. Juntas, é claro.

E o que acontece? A pergunta dos homens.

De tudo. A resposta das mulheres.

Noite Banal: retocamos a maquiagem, fazemos xixi, reparamos na roupa das outras meninas, comentamos sobre os homens, combinamos os esquemas. Perguntamos se há X (baton, absorvente, prendedor de cabelo, lenço, papel higiênico etc) na super-mega-ultra-linda bolsa da amiga. Normalmente tem-se de tudo, menos o solicitado.

Noite Fatal: desfilamos até o banheiro, reparamos em todos os possíveis peguetes, exibimos nossos portfólios (resultado de uma tarde no salão, um dia no shopping, um livro de auto-estima e o incentivo das amigas) mais as mesmas coisas da Noite Banal, mas com o intuito diferente...

Noite de Insanidade Temporária: desfilamos até o banheiro depois de algumas doses etílicas e tentamos provar nossas habilidades físicas e mentais em situações esdrúxulas. Como por exemplo, acionar o sensor de água da torneira com métodos pouco ortodoxos.

Que número de soutien aciona o sensor da torneira?

Já se perguntou isso? Nós testamos e comprovamos!




Fizemos o teste: soutien nº 46, 44 e 42.


Soutien nº 42 chega primeiro ao espelho, aperta a saboneteira, passa as mãos em frente à torneira, o sensor aciona o jato d’água por alguns segundos. Até aí tudo bem.

Soutien nº 46 se debruça sobre a pia para retocar a maquiagem dos olhos e, INCRÍVEL, aciona a torneira!

Soutien nº 44 se impressiona com o feito da amiga, se abaixa, apóia na pia, se aproxima e aciona a torneira!

Soutien nº 42 se indigna, se abaixa, se aproxima, se debruça sobre a pia, quase sobe em cima e NÃO aciona a torneira!

Risos.

Mais risadas.

De repente, entra outra mulher no banheiro, desconhecida, intrusa em nosso domínio de insensatez.

Recompomo-nos.

Ela lava as mãos e sai.

Começamos tudo de novo para confirmar a descoberta desta incrível habilidade peitoral!

Noite de insanidade temporária...

Ponto.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Os fetiches da humanidade...

Há homens que são fissurados em pés femininos. Pequenos e delicados são a preferência dos podólatras. Primeiro olham para os pés, depois a visão segue a ordem natural do corpo: pernas (de preferência bem torneadas), bumbum (redondinho), seios (durinhos), cabelos (longos), rosto (agradável), boca (sedutora), olhos (enigmáticos?)...

O importante é estar bem cuidada. Uma mulher é charmosa quando está com as unhas feitas, cabelos cheirosos e sedosos, corpo perfumado, roupa arrumada. Porém nem sempre isto é suficiente para agradar o público masculino. Tudo dependerá da química entre o casal e também do fetiche.

Todo homem tem algum fetiche em maior ou menor grau de espantosidade. Há gosto para tudo e não é preciso ir longe para levantar informações surpreendentes. Fiz uma pesquisa superficial entre os conhecidos próximos e virtuais. Descobri que eles apreciam a estética da anatomia feminina bem além dos nossos padrões imaginativos.

Bumbum e seios são os alvos mais comuns, grandes, médios ou pequenos, a maioria dos homens observa primeiramente esses “detalhes” na primeira oportunidade. Viramos, seja o rosto ou as costas; passam o olho de cima a baixo.

Barrigas também são bem cotadas. Há os que preferem as saradas e bem definidas, lisas como tábua, cheiinhas como as das dançarinas do ventre, e as de umbigo perfeito (a definição simétrica varia conforme a preferência).

A boca perfeita para uns é pequena, em formato de coração. Para outros é carnuda, macia. E há também os que acham lábios finos lindos e sedutores.

Eu falei de mãos? Já vi homens que ao serem apresentados aproveitam para beijar a mão da mulher e examinar de perto as unhas e o formato dos dedos.

Tudo isso que relato não é novidade. Mas ainda há fetiches estranhos a serem relatados neste post.

Um dia me surpreendeu um amigo, numa locadora, olhar pasmado para a Catherine Zeta-Jones, na capa de um DVD, e exclamar “que pescoço lindo!”.

Como assim, pescoço? Pois é, há homens, como ele, que são fissurados em pescoço feminino. Ainda mais os longos, bem delineados e torneados, um tal de “quê” musculoso que até hoje ele não conseguiu definir e, muito menos eu, entender. Não tem explicação.

Mas, mais surpreendente ainda é a paixão de outro amigo por AXILAS. Isso mesmo, AXILAS FEMININAS. E ele tem verdadeiro horror por axilas com pêlos, mesmo que parcos, eles estão lá para enojá-lo!!! Porém, uma axila bem depilada, clarinha, lhe arranca suspiros. Imagine este ser num ônibus lotado, bisbilhotando as axilas alheias...

Ah, as preferências bizarras da humanidade... As mulheres não ficam atrás no quesito “esquisito”.

Notei que as mulheres criam biotipos com acessórios. Óculos são campeões! Ah, aquele falso ar intelectual... Para algumas, homem tem que ao menos aparentar ser inteligente para as amigas.

Homens carecas e de ternos podem ter um ar sofisticado, culpa do Lex Luthor, vilão dos HQ’s (Histórias em Quadrinhos) do Super Homem.

Homens com brinco podem soar intelectuais-rebeldes-undergraund ou apenas aparentar uma cafajestice charmosa.

Perfumes sempre aguçam o instinto feminino e não precisam ter feromônios na fórmula! Já ouvi mulheres suspirando por perfume alheio. Nessas horas homem feio é até encantador. Uma amiga já chegou ao ponto de beijar um só pela fragrância. Dizia ela “ele era feio e chato, mas tinha o perfume tão bom... que eu fechei os olhos e beijei”.

Porém, dentre as coisas mais estranhas que já ouvi foram fetiches por homens que usam aparelhos nos dentes e bombinha para asmático...

Neste momento, se você for homem deve estar pensando no que te atrai nas mulheres. Se você mulher, deve estar pensando o que você atrai nos homens. São detalhes, pequenos detalhes. Itens que até poderiam ser melhorados, mas que fazem parte do charme pessoal. Então, seja como for, sempre haverá alguém que vai gostar de você pelo jeito (estranho ou esquisito) que é. :)


(A pedidos, troquei a imagem da axila cabeluda para o fetiche de vcs)