sábado, 28 de março de 2009
Porque as mulheres vão juntas ao banheiro
Um homem diz:
- Sabe por que duas mulheres vão juntas ao banheiro? Para uma se equilibrar no vaso, sem encostar, dar as mãos para a amiga e dizer "Me segura!".
A piada tem fundamento. Os homens vão sozinhos, nem precisam encostar na privada melecada do banheiro público, ficam de pé, abrem o zíper e só precisam mirar o girocóptero para acertar aquele buraco enorme no chão. E ainda erram.
Homens, em sua simplicidade urinatória, ainda não conseguem realizar este simples feito com eficiência. E por isso resolvi contar aqui a peripécia que é usar um banheiro público feminino.
É sempre bom levar uma amiga porque nem todos as cabines possuem um ganchinho para pendurar as bolsas. E nessa moda de bolsas gigantes, piorou. Apoiar no chão é inconcebível, nojento! Dependendo da bolsa, se for muito pequena, por exemplo, também não dá para pendurar na porta. Fora quando a gente pendura, e a porta abre com o peso das nossas coisas.
O correto é levar uma amiga e revezar para segurar as bolsas.
Entrando no cubículo (entendam, banheiro feminino tem que ser maior, a gente precisa de espaço para o contorcionismo que vem a seguir), é preciso examinar as paredes e a porta para ver onde está limpo para a gente se segurar. Inevitavelmente, acabamos lendo as coisas que as pessoas escrevem.
"Fulano, eu te amo! Ass: Ciclana" dentro de um enorme coração. Eu não entendo por que a Ciclana vai escrever uma declaração de amor pro Fulano sendo que ele é homem e nunca vai ler isso no banheiro feminino; mas tudo bem. Piores são os comentários das outras usuárias, uma setinha, de outra letra e cor, puxando pra fora do coração dizendo "puta" ou "rapariga". E claro, sempre há também nas paredes um "Jesus te ama!". Pichações em banheiro público viraram até objeto de estudos por pesquisadores da USP -Universidade de São Paulo!
Pode acontecer do banheiro estar com algum problema na descarga ou mesmo não tem várias limpezas durante o dia. Então o chão está todo molhado com uma substância líquida duvidosa. O salto alto é muito útil nessas horas, a plataforma é o sapato ideal.
Escolhido o local para apoiar os pés e uma das mãos, nos agachamos. Com a outra mão, seguramos as roupas no meio das pernas para não encostar naquela privada toda respiganda de xixi e outras coisas indescritíveis.
A seguir, um momento de muita atenção: é preciso se equilibrar, agachada, sem encostar no vaso, com as roupas no meio das pernas para não sujar, se apoiar na porta para fechá-la (caso não tenha tranca) e ainda dosar o jato para não molhar tudo! Aí entra a verdadeira função do pêlos pubianos. Quanto maiores, mais direcionado para baixo e eficientes na ação da gravidade. Quanto menores, mais xixi pra todo lado! Nada de pêlos, é o caos!
Em meio a tudo isso, pode acontecer de alguém, ao invés de bater na porta para saber se está ocupado, abrí-la de repente e acertar-lhe a porta na cabeça. Para isso serve a amiga do lado de fora: para vigiar a sua porta.
E se não tiver papel higiênico? É o fim. A mulher xinga, depois reza três ave-maria, dá umas três balangadas (que dependendo dos pêlos pubianos pode ser pior) e olha na bolsa se tem algum cupom fiscal, bilhete, post-it, absorvente etc). Para isso serve a amiga do lado de fora também, para providenciar um pedaço de papel com outra mulher.
Sem a amiga, a mulher pode ainda arriscar gritar de lá de dentro "Ô, alguém aí tem papel?". As mulheres são mais solidárias e geralmente, em suas super-bolsas, alguma terá um bom pedaço de papel higiênico para poder dividir.
Ao sair do banheiro, a mulher sabe que isso tudo vai ocorrer com a amiga; mas, solidária, já avisa logo: "sobe em cima do vaso que é melhor!".
Recompostas, as amigas retocam a maquiagem, dão opinião no visual, comentam sobre outras mulheres e combinam quem vai ficar com quem e como vão voltar para casa.
Sem a amiga, a mulher olha pro espelho, lava as mãos, retoca a maquiagem e pede para Deus para na outra encarnação, nascer homem.
Para saber mais sobre o assunto, leia o que a Faxineira Ponto G descreve no blog Sábado de Faxina.
quinta-feira, 26 de março de 2009
Qual é a parte boa de ser mãe?
Eu me pergunto isso toda vez que ouço as mulheres se reunindo para desabafar o stress de ser mãe de filhos pequenos. Aquelas coisinhas fofinhas totalmente dependentes dos pais.
Tem dias que minhas amigas chegam desabafando o pesado fardo de ser mãe. É a babá e a empregada que nunca vão trabalhar no dia em que mais se precisa. Ou a criança que não dorme com febre, com catarro, com diarréia, com dor de ouvido. E quando dorme tarde, acorda cedo. E quando dorme cedo, acorda cedo também.
Nem todas tem uma mãe para vigiar o neto. O pedido para uma amiga confiável ter que ser guardado para uma situação especial ou extrema. Então, momentos de lazer com o maridão, namorado ou paquera são raros. Ainda mais porque os pequeninos querem dormir com os pais.
Noites mal-dormidas; o desenvolvimento da paciência de Jó; comida espalhada pelo chão, roupa e cabelos; brinquedos pela casa toda e decoração (suspensa) adaptada aos pequenos. Gastos e mais gastos são para os filhos. Sapato e roupa infantil novos são a cada seis meses e sempre dois números maior porque eles crescem rápido. Roupa fashion, sapato chique, viagem no feriadão, praia no final do ano, comer em restaurante, tudo vai para último plano.
E quando eles começam a andar... Aí mora o perigo. Se piscar, o menino some no meio da multidão no shopping. Se parar para conversar com a professora na saída da escola, o menino corre para o parquinho e só sai agarrado, entre chutes e choro.
Quando têm irmãos, brigam o tempo todo. Na escola, mordem e arranham uns aos outros. Trazem brinquedos que não são deles e perdem os que são. Para cada filho, uma lancheira e um lanche personalizado, se mudar o sabor é o fim do dia.
Eles precisam de dedicação, paciência e disposição, pois estão aprendendo tudo. "É minho (meu)!", "Eu sabo (sei)", "Eu tem (tenho) força". A palavra "não" é algo constante nessa fase. Os pais dizem "não coloque isso no nariz", "não coloque o dedo na tomada", "não jogue isso no chão", "não bata na sua irmã" etc. Quando o "não" se torna banal, só há duas saídas: bater ou chorar.
Ouvindo todos esses relatos, fiquei horrorizada. No meu departamento, sou a única sem filhos.
Perguntei:
- Afinal de contas, qual é a parte boa em ser mãe?
Uma mãe, que era a mais revoltada do dia, respondeu com olhos sonhadores:
- É quando ele acordam de manhã cantando "mamãe, eu quero mamar".
Outra com um imenso sorriso no rosto:
- Quando eles dizem "mamaaaãe" e te dão um beijo!
Hum, não sei. Me parece que adotar um filho de 18 anos, já saindo de casa, é mais negócio.
Não me convenceram, não.
segunda-feira, 23 de março de 2009
Mulher de quase 30
Me disseram que até os 25 anos, você tem "20 e uns". Entre 26 e 28, se tem "20 e tantos". Mas os 29 é o famigerado "20 e todos". Porque depois disso, são inevitavelmente os 30.
Fazer 29 anos é poder escolher o quê, quando e onde. Não sou mais obrigada a comer o que a mamãe manda, nem ir onde não quero. Posso escolher entre aturar uma sogra ou casar agora, falar palavrão, viajar para onde quiser, ler livros eróticos, dizer sim ou não para um homem ou comprar algo caro.
Aprendi também que vinho bom é melhor do que cerveja; que tenho mais informações intelectuais que vão impressionar um homem interessante; que posso não ter o frescor dos 16 anos, mas meu senso de humor ficou muito melhor; que ser mestiça tem seu charme; que cozinho melhor agora e sei fazer um sexozinho bom.
Não tenho mais medo do escuro, nem de tarado. Consigo abrir um vidro de azeitona, martelar uma tábua, plantar tomatinhos cerejas na sacada, ir sozinha ao cinema e ainda tenho amigas para contar em qualquer hora!
E ainda posso ouvir, numa boa, piadinhas por chegar atrasada na própria festa de aniversário. "Ô, é a noiva que chega atrasada na festa e não a aniversariante". E "Você reserva mesa para 15 pessoas, chega depois da meia-noite e ninguém senta na mesa?".
Posso comer no dia do meu aniversário, ostras gratinadas no Pontão do Lago Sul. Mesmo que o queijo tenha lhes tirado o sabor exótico. E à noite, comida japonesa no Haná e passar o domingo digerindo e arrotando sashimi, salmão, missoshiro e shimeji. Uma despedida dos "20 e tantos".
Mas o melhor de fazer 29 anos ficou reservado para esta segunda-feira, 23. Passei na seleção para Aluno Especial no Mestrado de Comunicação da UNB - Universidade de Brasília. Ainda não é o mestrado, mas um sinalizador que aos 30 algo vai mudar.
Em resumo, estou me sentindo mais capaz porque agora sou madura, aspergindo aroma. E ainda não caí do pé. E quando cair, vai ser com categoria!
sexta-feira, 20 de março de 2009
Contando dias para trás e para frente...
Meu aniversário é amanhã, vou fazer 29 anos e espero estar tão bêbada para não ter forças para escrever aqui.
A vantagem da propaganda antecipada é que quatro dias antes da data oficial, começo a receber os parabéns dos amigos que vão viajar e dos de passagem por Brasília. Dois dias antes já recebi meu primeiro presente. Hoje também ganhei um. Espero que sobre algum para amanhã.
Vou virar a data torcendo para não virar abóbora à meia-noite com os amigos da alvorada. Estou quase me despedindo da casa dos 20, logo serei uma balsaquiana, então tenho que aproveitar os resquícios de fôlego que me permitem ficar de pé até um pouco além da zero hora. Mas, numa tentativa de me enganar (e a alguns desequilibrados na matemática), enviei convite para todo mundo dizendo que queria comemorar meus 25 anos num pub irlândes aqui em Brasília. O pub existe.
Se a véspera é com os amigos na balada, o dia oficial é com a família e amigos diurnos. E os quatros dias seguintes são dos amigos esquecidos e atrasados.
No fundo, a gente quer ser lembrado e amado. Passar aniversário sozinho é o cúmulo da solidão!
terça-feira, 17 de março de 2009
Qual é o problema, São Pedro?
Eu tenho uma guarda-chuva mágico.
Mas, ele só funciona quando olho para o céu, pela janela, antes de sair.
Quando está nublado, coloco-o na bolsa e vou para o trabalho. Não chove.
Quando está há dias fazendo um baita calor, olho pro céu e constato que não vai chover, deixo-o em casa. Então, chove.
Qual é o problema, São Pedro? É pessoal? É só comigo? Hoje choveu...
domingo, 1 de março de 2009
Esticando as férias ao máximo!
As férias acabaram!
Se eu não soubesse o que me aguarda nesta segunda-feira no trabalho, eu não ficaria tão triste. E, por isso, estou tentando esticá-las ao máximo.
Passei o domingo na estrada de volta para casa, o dia todo. Chegando em Brasília, no final da tarde, liguei para um amigo, o Hebert.
-O que você vai fazer hoje a noite?
-Nada. Por quê?
-Me pega na rodoviária, vamos tomar um vinho?
Enganei bem, ele me pegou na rodoviária, passamos no shopping para comer e acabamos indo jogar sinuca com outro amigo, o Fred (que eu não via há 8 anos). Nós três no Área 51, um bar especializado em sinuca, ouvindo rock'n roll (década de 60 e 70) e tomando água mineral.
Água mineral, isso mesmo. Final de noite, final de festa, final de semana ou final de férias, tudo termina de forma muito estranha. Eles tinham que voltar dirigindo, eu não. Só que eu não sei jogar sinuca! Sou café-com-leite. Então ficamos ali, eles jogando e eu tentando acertar a bola na caçapa. E ainda lembrando de quando nos conhecemos na viagem mais trash que já fiz na vida e dando notícias dos amigos das antigas.
Fred pergunta: Cadê o Eric?
Eu: Casou.
Fred: ... (segundos de silêncio). É mesmo?
-E você casou com aquele...?
Eu: não. Ele casou com outra, tem uma filha e já separou.
Fred: ... (cara de espanto). É mesmo?
Eu: casei e separei, mas com outro. Você não conheceu.
A vida continua. Bem diferente daquela que tínhamos há oito anos quando eu, Eric e Du saímos de Palmas (TO) num feriadão de 7 de setembro rumo a Chapada dos Veadeiros (GO) sem ter a mínima idéia do que nos esperava pela frente.
Três mochilas cargueiros nas costas, uns 50 metros de corda para rapel, mosquetões, cadeirinhas, fitas, uma barraca, fogareiro portátil, saco de dormir, um pouco de granola, café, duas mudas de roupas e uma única toalha de banho para os três. Ou era isso ou os mosquetões. Conforto ou aventura? A vida é realmente uma questão de escolhas.
Nossa viagem já começou com o motorista esquecendo de parar em Alto Paraíso (GO). Ás 6h da manhã fomos largados na rodovia, a 80 km da cidade, para pegar carona de volta. Acabamos chegando em Alto Paraíso e, no embalo, na Vila São Jorge, portal de entrada do Parque Estadual da Chapada dos Veadeiros.
Foi no acampamento do velho Joe, em São Jorge, que conhecemos a família Martins. Eram 4 irmãos, 1 irmã, 1 namorada e 2 amigos de infância. O Fred um dos irmãos; o Hebert, o amigo de infância. A família Martins era o que havia de mais decente no camping, achamos melhor nos juntar a eles para nos protegermos. Nunca vi tanto porra-louca junto num mesmo local, São Jorge não tem policiamento. O povo faz a lei, linchamento. E éramos jovens de cidade pacata, eu estava chocada com a quantidade de brasilienses malucos no local.
Mas, foi uma das melhores viagens que já fiz. Tudo era novidade. Ninguém conhecia pessoas de Palmas, a capital do Estado mais novo da Federação, então ganhávamos carona para todo canto. A única refeição decente era o almoço, comíamos cachorro quente e espetinho à noite. O Eric aprendeu a beber catuaba selvagem com os Martins. O Du acordava cedo todo dia e nos arrastava para mais uma trilha. Conhecemos cachoeiras, águas termais, lojinhas e fizemos muitas bolhas nos pés.
A volta pra casa... essa foi de lascar. Compramos nossa passagem com antecedência, mas houve overbook e, depois de muita discussão, os motoristas acabaram cedendo duas poltronas para nos revezarmos durante a madrugada.
Mas, com os Martins foi pior. O ônibus de excusão que eles pagaram antecipado foi embora sem levar ninguém. Eles ficaram três dias acampados na varanda de um bar esperando dinheiro para voltar para casa.
Depois de oito anos quem é que tem disposição para uma aventura dessa de novo? Ainda bem que fiz isso antes dos 30, pois agora eu quero é cama e conforto. Mas, imagine lembrar de tudo isso tomando água mineral? Se eu tivesse tomado vinho, esse post não teria sido saído.
Definitivamente, já não sou mais a mesma.
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