sábado, 7 de fevereiro de 2009

Subindo a Serra do Lajeado



Tentei reviver os tempos viris da adolescência neste sábado, mas as articulações e adiposidade já não são mais as mesmas.

Mas eu fui até o fim. Subi, desci e cumpri com o percurso. Fui fazer uma trilha com uns amigos para ver incrições rupestres no paredão da Serra do Lajeado, Tocantins. Estou toda esfolada, arranhada por capim-navalha, picada por mosquito e abelhas, salpicada de urtigas, cheia de roxos, pernas e dedãos doloridos e com as unhas detonadas.

Até parece que briguei com uma onça. A onça mesmo a gente não viu, mas a pegada dela estava bem marcada numa grota d'água. Suspeitamos que ela estava dentro de uma peguena gruta, pois ao entrar e acender a lanterna, ouvimos um rosnado. Por via das dúvidas, foi melhor não mexer.

Gastamos metade do nosso dia tentando encontrar uma forma de atravessar um precipício sem ter que descer muito e ter que subir tudo aquilo novamente. Claro que depois todo mundo queria me matar pela brilhante idéia de seguir a grota. Ainda mais depois de convencer o irredutível Indiana Gu (Gustavo) a mudar de rota.

Com uma bota de trilha emprestada, molhada pela chuva, insuportavelemente suada e ainda meio quilo mais magra pela doação de sangue aos mini e mega-mosquitos, chegamos ao paredão. Tivemos que seguí-lo até o ponto indicado no mapa. Viva o Google Map!

Em alguns pontos críticos tivemos que usar uma corda para descer. E foi numa dessas que me dei mal. Meu pé escorregou e dei com os peitos na parede. Mas, eu tenho airbag! Esfolei apenas barriga e braço. Mas, enquanto o Gustavo ajudava o César a descer pelo mesmo caminho, olhei para trás e não contive um ataque de gargalhadas. Nosso companheiro Tiago dava a volta tranquilamente em volta da pedra que estávamos transpondo. Como não havíamos visto o óbvio??? Mistérios que Indiana Gu nunca soube explicar.

O momento mais emocionante foi o em que o César levou um capote na beira da grota. Ele escorregou nas folhas úmidas, desceu a ribanceira rolando, quicou numa pedra, passou por cima de outra e ainda caiu sentado! Depois disso, pensamos seriamente em amarrar uma cordinha nele para não correr o risco de perdê-lo.
Encontramos as inscrições pré-históricas, são semelhantes às catalogadas em Goiás, mas elas estão ameaçadas pela ação da natureza (sol, chuva e erosão) e pela ação do homem (pixadores e depredadores). Sem um projeto de conservação e visitação monitorada, a única forma de proteção é o sigilo da localização e a dificuldade do acesso.

Haja coragem! Voltamos mais mortos do que vivos. Bambuzais fechados, capins que cortam ao passar, abelhas furiosas, eminência de peçonhentos, (o César quase pisou num escorpião negro), terreno altamente escorregadio e com muitas pedras soltas e a incerteza de estarmos na direção certa.

Um desafio pessoal que quando alcançado dá o maior orgulho de chegar todo fedidão e esfolado em casa.


Hoje vou dormir feliz!

2 comentários:

Unknown disse...

É ótimo para relembrar os tempos em que (sem mapa) conheciamos cada pedaço dessa serra.
Embora com a tecnologia ao nosso dispor, e meio locomotivos sofisticados, foi uma aventura e tanto e para quem acha que vida de jornalista e fotografo é mole, após um sabado desses, logo na segunda me aparece uma viagem para Ponte Alta, adivinha fazer o que?
subir um morro em visita técnica de potencial turistico...rs
boa semana a todos e ótimo trabalho.

sekao disse...

Kramba, tu falo do meu tombo com gosto né? rs
mas eskeceu de dizer que, quando estava caindo, eu passei por cima de 2 cobras e dei um salto mortal pra pular uma pedra e ainda cai sentado rs!
e.... q história é essa de amarrar cordinha em mim?
aff!
tu num presta mesmo né rs?
pode deixar, na próxima, eu que vou ser o escrivão hehehehhehehe!
ai vai ser mintira pra mais de METRO rs!
bjaooo sua... sua... sacana rs!
c cuida!